sábado, 21 de novembro de 2009

Ciúmes

Ciúme segundo a definição etimológica vem do latim zelumen e do grego zêlus, que significa cuidado, ardor, inveja. Quando usado no plural “ciúmes” indica, ou caracteriza, um sentimento doloroso de inveja e/ou posse exclusiva e egoísta. No singular significa o receio de perder alguma coisa ou alguém, remetendo novamente à primeira definição. É uma reação compĺexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade, sempre envolvendo três agentes o sujeito ativo do ciúme – aquele que sente ciúmes – o sujeito passivo do ciúme – aquele de quem sente ciúmes – e o pivô do ciúme – aquele que é o motivo do ciúme, podendo ser mais de um ser. O ciúme modifica o comportamento das pessoas em relação ao que elas pensam, fazem, falam e até mesmo sentem, provocando uma manipulação das ações e reações de uma dada pessoa que venha a não conseguir o controlar.
O ciúme de forma controlada não atrapalha as relações humanas, sejam amorosas ou familiares ou mesmo as profissionais, sendo considerado até saudável. Mas existem pessoas que não conseguem controlar o que sentem e isso pode resultar em pequenos delitos como agressões morais e ameaças ou em um crime mais grave como sequestro e homicídio.
O ciúme até a década de 70 estava relacionado aos principais crimes que ocorriam na sociedade. Hoje em dia esse quadro não é mais o mesmo, mas ainda existem casos em que o ciúme causou morte, recentemente um exemplo foi a morte da jovem Eloá de apenas 15 anos de idade.
Geralmente sujeitos ativos que sentem ciúmes excessivos são pessoas de baixa auto-estima, que estão numa relação onde não há uma confiança mútua, nem ele(a) nela(e) nem ele(a) em si próprio, acabam por se tornam altamente dependentes do seu parceiro(a), essa dependência leva a um quadro de quase vício, e muitas vezes esse quadro se reflete de forma violenta, tanto para o sujeito passivo, bem como para o sujeito ativo (autoflagelação). Esse comportamento provoca um desgaste prematuro da relação levando a seu término, na maioria dos casos separações dolorosas. Ciúmes excessivos podem ser uma paranóia já patologada, e pessoas com essa patologia devem procurar por tratamento. Hoje existem centros com a capacidade para tratar, especialmente, pessoas com esses problemas.
O ciúme como uma doença deve ser tratado, não com preconceito, muito menos com brutalidade. O doente de ciúmes deve se conscientizar de que portador de uma doença séria que seria capaz de arruinar sua própria vida e de muitos ao seu redor. Relacionamentos humanos são baseados em confiança e sentimento, contudo antes de iniciar um relacionamento é necessário que exista um amor próprio, que exista auto-estima, para que então sejamos capazes de amar uma outra pessoa. O importante é se valorizar, sempre, pois não existe amor, nem mesmo capacidade de amar ou de aceitar o outro sem que primeiro alguem se ame.


Texto por Lia Rodrigues (revisado)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E inventaram o apagão...

O problema do consumo de energia elétrica no Brasil não é novo. Velho conhecido de muitos, ele pode ser notado principalmente na época mais quente do ano, entre os meses de julho a novembro. Devido as altas temperaturas, o brasileiro usa e abusa de ares-condicionados, bebidas geladas, ventiladores e uma infinidade de confortos proporcionados pela tecnologia atual. Mas até que ponto nós poderíamos consumir energia sem necessidade de restrições por parte das usinas? O horário de verão realmente ajuda a economizar? A sociedade tem consciência dos efeitos provocados por seu consumo de energia?
O plano de produção de energia brasileiro é, consideravelmente, ecologicamente correto sendo então baseado em hidroelétricas. Entretanto as hidroelétricas existentes estão longe de serem suficientes para o consumo atual, e considerando os danos colaterais ambientais que envolvem a construção de uma hidroelétrica, as outras potencialidades para produção de energia que o Brasil tem, podemos ter uma Idea de como “desperdiçam” energia.
A construção de uma hidroelétrica envolve a interrupção do curso natural de um rio, e logicamente de toda a biodiversidade que o envolve, isto é a reprodução de certas espécies de peixes, ou o fluxo de microorganismos suspensos na água que abastecem a flora e fauna da foz do rio. Mas não somente a biodiversidade do rio é prejudicada, por que uma hidroelétrica gera um lago de proporções enormes inundando uma área muito maior que a da repreza, matando espécies de árvores plantas e alguns animais que perdem suas tocas e “casas” devido à inundação, e isso pode os matar.
Isso tudo para produzir energia que é levada por enomes redes de fios suspensos até sua cidade e sua casa. E mesmo com o enorme número de barragens existentes no país, incluindo a, até então, maior barragem do mundo a barragem de Itaipú, não é suficiente para abastecer plenamente o consumo atual de energia.
Novas aplicações e aparelhos “vilões” de energia estão cada vez mais populares, consumindo menos energia e ficando cada vez mais baratas, são desenvolvidos, o que permite a poularização de tais aplicações como ares-condicionados, ferros de passar e chuveiros elétricos levando, logicamente, há um aumento da demanda por energia. Então a população consumindo mais exige uma produção cada vez mais voraz, mas mesmo o sistema hidrográfico não estando sendo usado em sua totalidade seria interessante buscar produções alternativas de energia.
O Brasil estando mais de 80 por cento na zona tropical tem um grande potencial para a produção de energia solar, energia puramente limpa e sem impactos ambientais, podendo ser instalada no topo de prédios ou mesmo em vastos campos voltados a produção em massa dessa energia. Estudos recente mostram a viabilidade do uso dessa energia apesar de a terra só ter um lado iluminado cerca de 12 horas por dia, para quem vive próximo ao equador, e as outras 12 horas serem de escuridão. Então essa tecnologia necessita, então, de um sistema de armazenamento de energia que permitisse seu fornecimento nas 12 horas sem luz, até que se pudesse obter luz solar novamente. Mas como se está se falando de uma produção alternativa de energia e não de uma produção principal percebe-se que é uma opção ainda muito pouco explorada pelo capital brasileiro para produção em massa.
O vasto litoral brasileiro permite ainda uma produção eólica de energia, pois os ventos vindo do mar permitiria um fornecimento elétrico o dia inteiro. Essa tecnologia, diferente da anterior, já é implementada em alguns estados como o Ceará e mais recentemente no Maranhão. O princípio da produção dessa energia é semelhante ao uso da hidroelétrica, contudo sem um impacto ambiental tão pesado quanto o dela. Baseia-se em um grande “cata-vento”, onde o vento vindo do mar faz girar as pás produzindo energia como uma turbina de uma hidroelétrica, a diferença está na força motora que é o vento e não a água.
Existem outras formas de energia que podem ser aproveitadas no Brasil, mas as principais já foram apresentadas nesse “artigo”. E devido a não utilização de energias alternativas somos submetidos a métodos de economia como o horário de verão, e o “apagão”. O horário de verão já provou ser eficaz, mas nem todas as regiões podem participar, e nos estados que há o horário existe de fato uma economia, contudo essa economia é, de certa forma, gasta nos demais estados sem o horário de verão, reduzindo pois a economia de energia elétrica. Já o apagão consiste em uma dada hora do dia desligar o fornecimento de energia por um dado tempo com intuito de economizar, esse fato acredito ser a confissão das fornecedoras de energia de que os métodos de produção atuais são ineficientes e/ou insuficientes para a demanda. E então certo dia eu andava pela cidade, parado num sinal estava uma brisa relativamente forte e agradável, e então dois fios de postes se tocaram, provocando um curto que desligou os postes. Eu achei graça apesar de todos terem se assustado quando tudo silenciou uma senhora na rua disse “ E agora inventaram essa de apagão”.

texto por Fernando Lacerda